domingo, 22 de fevereiro de 2009

Have you ever seen the time?


Por Daniela Gomes de Souza

Esses dias tenho reparado bastante no tempo. Claro que conta o fato de eu estar sempre mudando de preferência em relação á ele: “Prefiro frio" "Ah, calor é bom" "Não suporto calor!" "Gosto de chuva" "Tomara que não chova!"
Essa mudança toda maluca que tem ocorrido por esses últimos dias tem me estressado ás vezes. Adolescente em fase de transição (como eu) tem aquela coisa de querer estar sempre arrumada. Aí acabei que aderindo á moda da chapinha. Cabelo volumoso? Não, não. E lá vem a chuva! Quando não é ela que acaba estragando meu penteado é o calor. Andar da escola até em casa debaixo do sol quente do meio dia nos faz soar, e lá vem o cacheado volumoso novamente.
Mas o fato é que eu não estou querendo falar do meu cabelo. E sim dessas mudanças climáticas malucas. Minha mãe tem uma coisa de não envolver nunca aquecimento global nesse tema. É sempre aquela de “Ah, é porque é verão”. Mas eu tenho notado bastante coisa nos últimos 5 anos (tempo que me mudei pra Pirituba).
Eu moro perto da serra. Na verdade, bem perto mesmo. Moro pertinho do Pico de Jaraguá, o ponto mais alto da cidade de São Paulo. A temperatura quando cheguei aqui era fria, muito fria. De noite então, nossa. Agora não. E não é só em estações como o verão e sim em todas. Claro que uma vez ou outra tem aquele frio, normal, mas o fato é que o aquecimento global está se acelerando tão rápido que até eu, que sou desligada, consigo perceber agora.
Tá certo que falar de aquecimento global já é aquela coisa normal, mas eu como adolescente quero dizer como me sinto a respeito disso. Claro que chegar aqui e falar é bastante fácil, o difícil é fazer.
Falar de aquecimento global na escola é pedir pra ser ignorado. Ninguém dá à mínima. Ou talvez apenas finja dar à mínima quando um professor envolve o tema em alguma matéria. Mas eu vou te contar viu, eu sei que não sou a “miss-natureza-salve-o-planeta-uhu!”, mas pelo menos eu tenho consciência e chego a parar, pensar no assunto e até a fazer alguma coisa. Pode até partir de um simples “5 minutos no chuveiro” até um, quem sabe “Vou plantar uma árvore”.
O nosso problema é que ás vezes (ou em alguns casos sempre) não acreditamos que as nossas pequenas grandes ações irão dar algum resultado. O caso é que não custa nada dar pelo menos um pouco de atenção no assunto, afinal de contas, o planeta é nosso, quem irá morar aqui nos próximos 50 anos somos nós. Não dá pra ficar parado esperando que cientistas consigam se locomover até Marte para povoar o planeta vermelho. O que se tem a fazer é cuidar do que é nosso para não ter que nos lamentarmos depois.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Vingança nerd - parte. 2

Eu odeio Filosofia. É tão perda de tempo! Me revolto só de pensar que passo 90 minutos por semana sendo obrigada a ouvir o Sr. Gutierrez dizer que só sabe que nada sabe. Sem falar que eu odeio ele. No primeiro dia de aula de filosofia, me usou como exemplo de uma pessoa ignorante só porque eu não sabia a essência da abelha. Pra quê tenho que saber a droga da essência de uma abelha? É por isso que digo que filosofia é a prova exata do quanto o ser humano pode ser insuportável. Como se a cada coisa que você dissesse alguém perguntasse o “por quê”. Será que simplesmente não poderiam parar de questionar tanto? Ou simplesmente poderiam nos dar o direito de escolha para assistirmos ou não a aula.
Eu não digo mais essas coisas pra Selena. Ela se sente ofendida e passa um sermão que dura um dia inteiro sobre “a importância da filosofia nas nossas vidas e blá blá blá.”
Mas mesmo odiando filosofia, eu prefiro mil vezes estar nessa aula a estar na detenção. Ah, é um lugar horrível. É como se eu estivesse na parte sinistra da fábrica de chocolates do Willy Wonka. Aquela parte onde a garotinha que ficou azul foi, e aquela onde aquele gordinho ficou entupido etc. Aliás, nunca me deixei levar pela cara de santo do Willy Wonka. Ele parece ser do mal, fazendo aquelas crianças pagarem por serem mimadas, esfomeadas, desobedientes e desleais. Mas voltando á detenção, bom, é um lugar sinistro.
Um lugar onde as piores pessoas da escola podem estar. Uma vez fui parar lá por ter encoberto a Selena depois que ela disparou o alarme de incêndio. Mas foi só porque ela podia ter sido expulsa caso a pegassem fazendo aquilo (pela 2ªvez no ano). Mesmo assim, grande erro. Foi o pior dia da minha vida, o qual tive que passar horas sendo ameaçada pelas duas garotas punks malucas e sentindo o cheiro horrível do cara que tinha problema de gases.
Os nerds deviam saber que eu preferia estar no lugar onde ocorreu o massacre da serra elétrica do que ali (Ou talvez não preferisse). Foi por isso que quando a porta da sala se abriu o carrasco, digo, a inspetora veio me chamar dizendo que meu nome estava na lista de detenção e eu tinha que ir lá agora mesmo. Eu devia saber, devem ter arranjado um jeito de entrar no sistema da escola e colocado meu nome lá pra que eu passasse três horas inteiras vegetando e sendo estrangulada na sala do horror. É por essas e outras que eu simplesmente odeio a tecnologia.

Continua...


Apenas deixando atualizado os capítulos aqui no blog. Espero que estejam gostando. Beijão!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Compreensão súbita. The real truth?

Enquanto lia pela milésima vez o livro “Lua Nova” no ônibus a caminho do meu curso em Osasco tive uma sensação.
Foi até meio estranho compreender algo daquele jeito. Quer dizer, tinha um cara todo molhado sentado ao meu lado, me apertando e cheirando esquisito. Sem falar de algumas meninas que não paravam de falar com o sujeito (que haviam acabado de conhecer).
Ás vezes pegava uma delas me encarando com cara de metida, sei lá. Na verdade, eu nem sequer liguei. Estava tão perdida no mundo fantasioso de Stephenie Meyer que dar atenção á quem me olhava feio seria patético.
Me dei conta que aquela insegurança que tomava conta da minha mente toda vez que olhavam pra mim não estava mais lá. Na verdade, eu me sentia bem, independente do que pensavam, falavam ou agiam. Me sentia realizada, nem ao menos sei o por quê, mas a sensação foi ótima.
Passei tanto tempo me incomodando com aparência e opiniões alheias que esqueci de MIM. Esquecia dos meus planos para o futuro, esquecia dos talentos que tinha, da beleza que sempre tive, mas que nunca percebi.
O fato de eu tentar impressionar tanto ás pessoas fez com que eu levasse um sermão da minha própria consciência. “Impressione a si mesma todos os dias. Os outros vão se impressionar naturalmente, sem nenhum esforço”. E sabe do quê mais? Pra quê? Impressionar aos outros, mas me sentir vazia. Era inútil.
Era inútil também pensar no passado, desenterrando mágoas passadas pra jogar na cara da vida e dizer: “A culpa é sua!”. Era inútil sempre me perguntar: “Por quê eu? Por quê não tenho sorte?”. Lamentar-se sempre. Me sentia uma fraca, incapaz de lutar pelo que quero ou de ser feliz sendo eu mesma. Shakespeare estava certo quando disse que lamentar uma dor passada no presente é criar outra dor e sofrer novamente.
Mas naquele momento eu me dei conta: E daí? Eu amo a mim mesma, amo a minha vida, minha família. Amo o que faço, amo o que sei fazer.
E ao me levantar, olhar pra aquelas garotas se esforçando tanto pra chamar atenção de um cara e ainda lançarem olhares superficiais para as pessoas, eu pensei comigo mesma: “Ainda bem que sou quem sou.”
Oh God! Tive uma epifania!
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"Amar a si mesmo é o inicio de um amor para toda a vida."
Oscar Wilde

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Yeah! I'm back

Voltando firme e forte. Sim senhores, aqui estou eu. Mudei a imagem do blog. Quer dizer, eu já estava ficando meio irritada com o mesmo template. Parecia que o texto ficava apertado, sei lá. Acredite, eu me irritei muito tentando achar um template que eu gostasse, mas aí está.
E justo hoje que eu decido postar, faço 16 anos. Sim, os 15 já se foram. Pra falar a verdade, muitas coisas já se foram. 16 anos deve ser a idade em que as responsabilidades começam a bater na nossa porta. Eu mal fiz e já estou esperando pra fazer um estágio em alguma empresa.
Tem a ver com uma história aí, que eu comecei a fazer um curso de Gestão Empresarial (totalmente nada a vê com jornalismo e ser escritora, mas enfim), afim de conseguir um estágio e trabalhar. Até que é bem legalzinho, considerando que tem vários cálculos (fáceis, pelo menos até agora). Estudar agora é prioridade. Estudar pra escola, estudar pro curso e aperfeiçoar meu modo de escrita. Eu sei que tudo vai valer a pena algum dia desses, basta paciência.
Mudando de assunto, eu tenho percebido os textos muito grandes. Na verdade, eu me empolguei com a história de fazer uma estória e comecei a fazer capítulos mais longos ainda (tenho 21 capitulos já escritos). Então pra não ficar aquela coisa cansativa, eu meio que vou postá-los em parte, cada um com um titulo diferente (relacionado á situação da vez).
Eu tenho recebido alguns prêmio, como do blog Rabiscos da Say. E tipo, é muito bom receber prêmios, mas quero pedir desculpas a ela por não ter colocado os selos aqui. É que há algumas semanas atrás eu estava totalmente desanimada pra postar e admito que estava com preguiça de ficar indicando vários blogs (sério). Mas, sei lá, prêmios são sempre bem vindos (lógico), principalmente agora que animei novamente.
É isso. Beijos, uma ótima semana pra todos vocês, muitos mais anos de vida pra mim (Lógico) e a continuação da história (que por acaso está sem nome. Adoraria receber sugestões.) logo a seguir:

A vingança dos nerds - partes do cap. 5
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Grande engano. Não sei se ele é um completo anti-social ou se não gosta de mim mesmo. Acho que fico com a segunda hipótese, já que ele começou a falar com a galera do time de futebol e com os músicos. Espera aí, com os músicos?! Qual é! Como vou aparecer pra tocar com os caras toda sexta-feira se essa criatura estiver por lá? Ah, tanto faz, acabei de me lembrar que fui expulsa na sexta-feira passada por derrubar a guitarra preciosa do Steve. Que besteira, só porque ela era do cara do Aerosmith. Grande coisa.
Ah, quer saber? Por que me preocupar tanto com esse cara? Quer dizer, ele sempre foi um esquisito problemático quando criança e só porque agora ele é um esquisito problemático muito gato não quer dizer nada, só que ele é muito gato.
- Eu espero que já esteja providenciando a minha nova guitarra autografada. – Disse o Steve logo depois de eu fechar meu armário e ir em direção á aula de biologia. Por zueira do destino lá no meio dele e do povão da música estava o Ben.
- Sonha. – Eu disse passando direto, mas não é o que bendito puxou meu braço?
- Eu to falando sério. Aquela guitarra é uma relíquia.
- Tem que aprender a tocar primeiro pra depois ter uma. – Eu disse irônica.
- Eu sei tocar!
- Borboletinha na cozinha não é lá uma música muito rock’ and roll. – Disse eu soltando um leve sorriso sarcástico. Os amigos dele deram risada, mas se calaram depois do olhar de reprovação.
- Eu não sei como te aceitei no clube de músicos há 3 anos atrás.
- Foi só porque você tava apaixonado por ela. – Disse um dos amigos burros dele. Eu arregalei os olhos.
- Quê?!
- Hun, é claro que não. Eu não sou louco. – Disse Steve. – Vambora! – Disse ele virando-se pra ir pra aula, mas antes disso despediu-se de Ben com um toque de mão, logo depois todos os outros músicos o seguiam.
- Eu hein. – Disse á mim mesma antes de virar-me e ir pra sala até Holly ir correndo em minha direção, parecia desesperada.
- Hayley! Cuidado!
- Que foi?
- Os Matletas estão procurando você pra se juntar á eles! – Eu me espantei. Era puro suicido social, como diziam em “meninas malvadas”. Eu sei que não pareço nada nerd, mas por trás dessa figura descolada que é a minha pessoa tem uma garota que adora matemática, biologia, química e astrologia. Tanto que só tiro A.
- Eu não posso me juntar á eles!
- Tenta uma manobra chamada “dizer não” – Intrometeu-se Ben com arrogância e desprezo, enquanto arrumava seu novo armário, que por acaso, era quase do lado do meu.
- Eu posso tentar outra manobra chamada “Quebrar a sua cara” – Respondi brava e ele deu risada, virou-se e ficou encostado no armário de braços cruzados prestando atenção na nossa conversa. – Não vou entrar nisso coisa nenhuma. Os caras são malucos! E além do mais, qual é a graça em ficar vegetando numa sala de aula, com as calças acima do umbigo, conversas idiotas sobre números e vendo um garoto ter uma crise de asma a cada cinco minutos? – Quando percebi, vi a cara da Holly que não era muito boa. – Eles estão atrás de mim, não estão? – Perguntei.
- Estão sim. – Respondeu. Me virei com uma cara de pessoa simpática, mas vi os nerds me olhando feio e de braços cruzados.
- E aí gente?
Eis uma lição valiosa: Nunca mexa com os nerds. Quer dizer, nunca mexa com os nerds da James K. Polks. Melhor: Nunca mexa com os nerds da galera dos Matletas. Não é só na matemática que eles são bons. São bons em se vingarem virtualmente. Quer dizer, eles têm o seu lado hacker.
Por isso odeio a tecnologia. Antes todos estavam satisfeitos com a boa e velha vingança cara-a-cara. Aquela em que se podia se vingar sem ter certeza do ponto fraco da pessoa. Espera, acho que acabei de inventar isso. Tanto faz. O fato é que os nerds me fizeram pensar que não ligavam pro fato de eu ofendê-los pelas costas (o que não faria muita diferença se fosse cara-a-cara). Então eu me esqueci do acontecimento do corredor e segui a minha vida. Mas naquele mesmo dia, na aula de filosofia, algo aconteceu.
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