quinta-feira, 12 de abril de 2018

Não olhe pra trás com raiva


Quantas vezes na sua vida você vivenciou momentos que te tiraram o fôlego? Aquele pôr do sol no fim de março, a música ecoando naquela estrada que te levava em direção ao mar, o momento em que seus olhos se encontraram com o dele/dela pela primeira vez. Quantos?

É difícil calcular. Quando paro pra pensar, lembro daqueles vagos momentos que significaram tudo pra mim. Alguns me fazem querer voltar ao passado e consertar as coisas arriscando tomar uma decisão que poderia transformar o rumo da minha vida.

O aqui e o agora determina tudo. Plantar e colher faz total sentido quando você olha pra trás pra lembrar das suas escolhas. Mas a vida pode ser injusta, eu sei. Contrariando os ditados da internet, ás vezes a gente acaba colhendo o erro dos outros também. Ainda assim nossas decisões têm maior peso sobre a nossa vida.

Pessoas e lugares podem acabar te colocando em certas situações em que você se vê num beco sem saída. Mas eu gosto de pensar que cada indivíduo é um agente de transformação. Com o direcionamento certo a gente consegue extrair o bem daquilo que nos fez mal.

Lições de vida, poemas, músicas... Eu não sei o que vai ser gerado a partir da sua dor. Vou ser honesta com você: algumas das minhas dores geraram insegurança, medos e raiva em mim. Ás vezes eu ainda me pego buscando explicações pra determinados comportamentos e desculpas pra cultivá-los.

Mas algo dentro de mim me leva a um lugar de esperança que abafa os gritos do meu passado. Ali eu descubro quem eu sou. Ali as minhas dores se calam e as justificativas para mantê-las se tornam inúteis.

Me martirizar pelas escolhas que eu não fiz deixa de ser importante. Um segundo a mais ou um segundo a menos daquele exato momento talvez tivesse feito toda a diferença, mas provavelmente não.

Eu até posso aprender muita coisa nessa vida, mas eu nunca vou saber de tudo. O mais provável é que eu tenha que esperar até a eternidade pra confirmar se as teorias de conspiração são reais ou se alguns dos meus erros do passado realmente compensaram.

Por hoje só me resta o agora e o vislumbre de um futuro em fase de construção. Tento, como diz aquela música do Oasis, não olhar pra trás com raiva - positividade deixa a gente mais leve - mas percebo que a vista à minha frente é bem mais bonita. Fico com ela.