sábado, 24 de dezembro de 2011

NATAL



 O que as pessoas dizem esperar do Natal é simples: O amor e a união. O que as pessoas realmente esperam do Natal é contraditório ao que sai de suas bocas: Dinheiro, presentes, popularidade e um pouquinho daquela baboseira de "espírito natalino" seguido de uma bela lorota sobre Papai Noel.
 O que eu espero do Natal é basicamente nada. Essa coisa de espírito natalino não cola comigo. A bondade e os "parabéns" a Jesus são coisas que deveriam ser feitas durante todo ano. Então, a ideia de esperar 1 ano inteiro para praticar todo o "amor acumulado" durante esses 12 meses que se seguiram de promoções no trabalho, beijos despreocupados, um certo egoísmo e falta de educação, principalmente na tpm, e o fato de dormir pensando em ajudar alguém de alguma forma e acordar tão preocupado com o café da manhã que os pensamentos da noite anterior foram dissolvidos, só faz com que eu me agarre ainda mais à ideia de que o Natal não é uma data criada para comemorar a essência do feriado: Jesus.
 Somos super consumistas e vaidosos. Natal é a data de comprar roupa nova e socializar com uma galera, tirar fotos em lugares iluminados, com chapéus de papai noel na cabeça e um sorriso estampado no rosto. Se estiver em algum lugar cool, melhor ainda. E eu admito: eu adoro a parte das roupas e das fotos em lugares iluminados, tem a ver com nossa necessidade esquisita de sermos populares. Uma foto publicada no Facebook representa um: "Olhe pra mim! Olhe pra mim! Tenho uma vida ótima!", não é verdade?
 Mas convenhamos, comprar roupas e tirar fotos bacaninhas para o Face nunca se limitou à uma data para mim, então o Natal não passa de mais um daqueles feriados usados como desculpa para encher a cara e quebrar a dieta de 2 meses em um dia.
 O ponto alto de meu "especialíssimo" feriado foi assistir à "Esqueceram de mim 2" (que sempre me faz querer ir para Nova York ver as luzes de , que são bem mais interessantes do que as da Av. Paulista). Mas longe de ser uma espécie mais bonita e fashion de Grinch (modesta a garota, hã?), não estou aqui para criticar a data justamente na véspera dela, muito pelo contrário. Apesar de meio hipócrita, a ideia verdadeira do Natal é bonita, linda, digna de poesia. É onde as pessoas, não todas mas quase isso, amolecem seus corações e agem em favor dos outros, compartilham e vivem o amor em sua ideia mais pura.
Então, neste Natal eu desejo a todos, todos mesmo, muita felicidade e paz em suas vidas. E que Jesus, o anirversariante mais gente fina do mundo, permaneça em seus lares e corações não só por um dia, mas por todos os dias de suas vidas, e tenha fé, ele permanecerá. E também desejo que ninguém passe o Natal assistindo à Peter Pan, porque fala sério, ninguém merece, né!


domingo, 4 de dezembro de 2011

Someone like YOU




 É incrível como um sorriso pode esconder tantos sentimentos por trás dele. Eu devo ser boa em fingir, camuflar meus sentimentos de maneira que eles parecessem não existir. Eu adoraria que eles desaparecessem como num passe de mágica. Queria que os motivos que me obrigassem a esquecê-los fosse realmente engraçados, mas na verdade, agora, observando de perto e cada vez mais afastada da esperança que me mantinha em pé, é doloroso.
 Um momento de coragem e depois nada. Eu fiz aquilo que me assustava e recebi a pior resposta de todas. Não pela resposta em si, mas pelo o que ela representava. Um sonoro, honesto e imenso “NÃO” que eu não poderei esquecer. Ela havia matado todas as esperanças que pulavam alegremente a cada pulsar do meu coração ao murmurar as palavras que rondavam tanto minha mente nos últimos meses.
 Era tão óbvio que eu iria esquecer e seguir em frente. Mas o que deveria ter sido só mais uma situação bizarra que poderia me inspirar a escrever crônicas humorísticas tornou-se outro peso. No final das contas, eu ainda não havia superado meus medos. As palavras que usei não haviam sido suficientes. Havia muito mais acumulado aqui dentro, palavras que eu nem cogitava estar aqui.
 E agora estou a me torturar com músicas e pensamentos do que poderia ter acontecido. Presa novamente e com um medo fora do comum de arriscar. E isso só me faz perceber que as coisas eram tão mais simples quando eu as achava complicadas. Bem, prove o gosto delas e verá o que realmente é complicado.
 Agora eu preciso sair, conhecer gente, rir, enxergar a vida com novas perspectivas, deixar o passado para trás. Eu preciso seguir em frente de uma maneira que eu nunca segui antes. Preciso esquecer do fato de ter o destino apontando para mim e rindo, superá-lo. Preciso ouvir as canções e encará-las apenas pelo o que elas são: canções, e não histórias que apenas relembram momentos tortuosos de quando eu ainda possuía esperanças.
 Eu preciso rir e fazer piada da vida, sair do tédio de permanecer no escuro, como um ponto cinza no meio da multidão. Eu preciso...Mas prometo, eis aqui meu último desabafo sobre isso.



 “Às vezes o amor dura, mas às vezes, fere.”

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A FOTO


 São 6 da manhã. Ela mal acordou e o despertador já estragou seu dia enquanto cantava alegre e irritantemente uma versão mais "cool" de "One Love" regravada pelo Glee. Como se não fosse o bastante, a espinha que estourou na noite passada criou vida, e uma casquinha também. Exagerada do jeito que é, já foi longo pensando que estava sofrendo de uma hemorragia, mas não importa, porque no final das contas a sua grande preocupação não era morrer sangrando e sim morrer com a marca da maldita espinha bem na ponta de seu nariz. Foi até inevitável fazer uma comparação com aquela rena famosa do Papai Noel, cujo nome não me recordo (se bem que provavelmente eu não faço ideia do nome).
 Revoltada demais pra ligar para qualquer outra coisa, seu primeiro pensamento sã ao se olhar no espelho depois da catastrófica figura de um alien nascendo em seu nariz foi "Aparência é uma droga! Vou sair baranga mesmo!". E mesmo sendo a pessoa mais vaidosa do mundo, a preguiça de estar apresentável para o mundo exterior era tão grande que se convenceu de que realmente acreditava naquilo. HAHA, pobre tola.
 Ao abrir a porta de casa, viu o tempo fechado e a chuva fina cair incessavelmente. Saiu na chuva mesmo, afinal, não era de açúcar. Também considerou o fato de seu cabelo já estar uma droga e que nada no mundo seria capaz de piorá-lo.
 Pegou carona com a moça da auto escola, torcendo para que o dia passasse rápido o bastante para voltar para sua cama quentinha. Chegou no "agradável" Detran, onde as pessoas não eram sorridentes e nem simpáticas. Na verdade, eram todas mau-humoradas. Mas as entendeu, pois naquele momento ela era uma dessas pessoas.
 Para melhorar seu humor, chegou 2 horas antes do marcado para seu cadastro. Passou as duas horas observando pessoas indo e vindo numa fila em sua frente, ouvindo reclamações da meia idade sobre a falta de respeito que rolava com o horário e tomando banho da chuva fina que insistia em ir e vir. Ela poderia muito bem ter ido para o outro lado, onde havia um teto para protegê-la contra a chuva, mas estava ocupada demais disputando o lugar da frente com qualquer um que se achasse espertinho o bastante para lhe passar a perna.
 "Depois do barraco com o segurança do shopping?? Haha, sem chances!", pensava lembrando orgulhosa de um dos momentos mais constrangedores e corajosos de sua vida ao enfrentar um segurança de shopping que havia se colocado em sua frente enquanto descia a escada rolante pelo lado que sobe. Sim, ela se orgulhava disso.
 Finalmente, havia chegado sua vez. Entrou, passou pela primeira mesa e assinou o que tinha de assinar. Mais uma senha, mais um minuto de espera. Seu nome foi chamado. Senha 26, mesa 12. Sentou-se e cumprimentou a moça, que diga-se de passagem, parecia ter levado um pé na bunda do namorado devido à sua nada agradável expressão ao dar-lhe "Bom dia".
 RG aqui, assinaturas ali, impressões digitais acolá e tudo parecia finalmente acabar. Levantou-se aliviada, mas foi repreendida. Faltava algo mais.
 "A foto, moça!".
 O desespero tomou conta. "Foto?! Que foto?!", pensou enquanto olhava para os lados neuróticamente pensando em como escapar daquilo. "Só vai levar um minuto", disse a moça. Pois bem, sentou-se novamente, olhou para a câmera que parecia sorrir diabólicamente para ela, e antes que pudesse pensar em arrumar o cabelo encolhido de chapinha rapidamente, o flash disparou.
 "Confira a foto que vai para sua habilitação", disse a mal-humorada.
 O terror tomou conta da garota. Não podia ser! Aquilo a aterrorizaria por toda a vida. Seria motivo de chacota e sua estima abaixaria sempre que alguém pedisse para ver sua habilitação. Ela não poderia tirá-la da carteira de maneira orgulhosa para esfregar na cara dos outros que TINHA uma carteira de motorista, e nem usá-la no mercado ou em outro lugar qualquer quando pedissem para ver um documento de identificação.
 Era assim que seria reconhecida ao olharem sua habilitação: rosto inchado, cara de sono, cabelo bagunçado e encolhido e uma expressão que poderia muito bem dizer "kill me, bitches!". Era a foto perfeita... Para uma ficha criminal.

P.S: Vocês NUNCA verão essa foto.