domingo, 24 de junho de 2012
Falta alguma coisa
Falta alguma coisa.
Ver o pôr do sol, subir em uma árvore, boiar no meio do oceano calmo enquanto observo o céu azul.
Falta alguma coisa.
Dirigir ao som de Skank e com o vento balançando meu cabelo.
Falta um beijo no meio da chuva, e um sentimento inédito de tão bom e verdadeiro.
Falta o fim de tarde com o notebook no colo e uma estória a ser escrita, e também o pouco de ingenuidade que eu ainda mantinha.
Falta amar de verdade, falta sensibilidade.
Falta um olhar amigo e um sorriso reconfortante.
Falta o sentimento de proteção e de paz constante.
Falta um pedaço que nem sequer sei o que é.
Falta um sentido, uma razão.
E quando a razão vem, falta a emoção.
Faltam as melhores amigas desde os tempos do colégio,
e as brincadeiras que há muito já fizeram.
Falta o bom senso e o controle, e de vez em quando um "me perdoe".
Me faltam quase todos os ingredientes para a fórmula da felicidade.
Só me resta a esperança, que muitas vezes tenho encontrado pela metade.
domingo, 17 de junho de 2012
E o prêmio de culpado vai para...
Sabe aquela sensação de fúria que te abate
quando está à procura de algum culpado para a sua dor ou para os seus próprios
erros? Ela é uma fraude. Vive em constante engano e faz questão de enganar
todos os outros. É ela que nos deixa à mercê de um novo culpado tanto das
questões mais simples quanto das mais complexas. Ou seja, uma busca inútil.
O que ela realmente quer é nos fazer abraçar o
orgulho ferozmente, fazê-lo fazer parte de nossas vidas, como se isso fosse realmente
nos ajudar. No começo é genial, funciona. Nasce um egomaníaco, dono do mundo,
superior aos demais porque não liga para a opinião deles. E vou te dizer, é bem
legal. Somos tão capazes de esconder nossos verdadeiros sentimentos que
tornamos isso um hábito. E ninguém vê a sua dor.
Só que isso tudo é como uma droga. Te
entorpece e depois te larga com as consequências. E você terá que lidar com
elas sozinho, porque enquanto bancava o dono do mundo as pessoas se afastaram
de você.
Porém, o orgulho é apenas um bicho feio feito
para eventuais necessidades, e não para ser adotado como um estilo de vida. Já
percebeu que tudo parece mais simples quando um "me desculpe" é
melhor do que um "você começou!"? Porque tudo simplesmente se encaixa!
Já que deixamos, na maior parte das vezes,
esse lado humilde de lado, voltamos à busca por um culpado. E eis o campeão de
todas as culpas: O tempo.
Sim, pois o tempo muda as horas, os dias, as
estações e também as pessoas. Tendenciosos a ver sempre um lado negativo, enxergamos
mudanças de personalidade que nos afetam de maneiras pouco agradáveis, o que
nos afasta das pessoas. Sem percebermos que o que nos afastou foi nosso ego,
resistente às mudanças que não correspondem às nossas expectativas.
Mas o engraçado das pessoas é que, mesmo com
todos os indícios de que possuem uma natureza egoísta e ao menos um lado
narcisista, passam por cima das expectativas e provam a si mesmas que valem
mais do que os indícios apontam. Talvez por nossa necessidade de cultivar um
lado bom e de amar algo - uma pessoa, um esquilo ou uma árvore, que seja! E só
quando têm essa experiência magnífica o tempo transforma-se no curador das
mágoas e no fornecedor de segundas chances. Aceitamos as responsabilidades dos
erros e paramos de buscar um culpado.
No final do dia, a vida é mais leve e a
felicidade passa a não ser um sonho possível, mas torna-se real a cada batida
de nosso coração.
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