Você não odeia toda essa pressão? A pressão que o mundo nos põe, nos dando a ideia de como temos que seguir nossa vida, traçando um rumo todo robotizado sobre como devemos nos imaginar daqui há 10 anos. E você passa sua vida planejando seu futuro e imaginando como vai ser e como deve ser. Quer dizer, você nem pensa em coisas do tipo: “Bom, eu vou terminar a escola e depois? Ah, eu vejo como arranjo dinheiro”. Não, porque você se acostumou a sonhar com coisas difíceis e coloca na sua cabeça que vai conseguir aquilo, mas e depois? E se você não conseguir? Não dizemos isso, só pensamos, porque as pessoas vão lançar aquele papo de “Não seja pessimista”, mas não é pessimismo, é a realidade.
Eu acredito que o que queremos se deve a um fator que nos faça merecer aquilo, mas fala sério, se tudo sempre fosse assim não haveria fome, nem guerras, nem descriminação por aí. É tão fácil imaginar e dizer: “Ei, força de vontade é tudo!” ou talvez “Quer saber? Eu quero e vou conseguir!”. Acredite, é fácil demais, mas o que quero dizer é que o mundo não é aquela máquina de oportunidades que pensamos, ou que eles querem que pensamos. É só uma espécie de complô que tem como lema “Só os fortes sobrevivem!”. Até que é meio compreensível se isso fosse encarado como algo emocional ou como até mesmo a tal força de vontade, mas não é justo, não por isso, mas porque a verdade é que a definição de “fortes” que implantaram tem a ver com o poder, ou seja, dinheiro. Quanto mais dinheiro, mais rico, quanto mais rico, mais poderoso. E daí todos nós nos perguntamos o que fazer com tanto poder e a resposta é isso que nós vemos: O dinheiro corroendo as pessoas e as consumindo, transformando pessoas que deveriam ser irmãs em inimigas umas das outras.
E aí o jovem é visto como a “salvação” de todo esse “poder mal usado”. Somos o futuro, somos isso, somos aquilo, “vamos mudar o mundo”. Meus amigos, não é o mundo que precisa de mudanças, são as pessoas. Sério, já pararam pra pensar nisso? De que adianta lutar pelo meio ambiente ou lutar pela paz sem tentar mudar a sociedade? Eu mesma, por exemplo, quando trabalhava de empacotadora em um mercado, via pessoas tentando mudar o mundo, combatendo o aquecimento global, gerando ‘sustentabilidade’ para o futuro, mas por fora tratavam as pessoas de um jeito egoísta, fútil, com um sentimento de superioridade. E o que salvava tudo isso podia ser um simples “Obrigado” ou talvez a ausência de um olhar de superioridade para com os outros, afinal, devíamos ser todos irmãos! Estamos no mesmo barco.
É idiota demais defender a tese de que alguns de nós são melhores que outros. Todos somos racionais, certo? E mesmo assim cometemos erros, e acredite, erramos muito, erramos pra caramba! E depois vêem me dizer que fulano é melhor que cicrano (meu Deus, desenterrei fulano e cicrano)? Me poupe. É tudo uma questão de “Oportunidade”.
Tudo bem, o governo tenta acabar com a diferença social (não tanto quanto poderia), mas ela ainda existe e é bem grande. Ele tenta lançar mais oportunidades às pessoas, mas ainda sim falta muito.
E de repente, você se pega pensando no seu futuro e no futuro dessa sociedade “problemática” em que estamos vivendo, e talvez, alguns de nós guardem uma fé dentro de si e uma capacidade de mudar, não o mundo, mas sim as pessoas.
Se adaptar ao caos é uma escolha ruim, decidir viver no meio desse caos é uma escolha péssima, mas se decidir viver no meio do caos, lutando para mudar as pessoas com o melhor que elas têm e preocupando-se com o bem estar do próximo e não só consigo mesmo, bom, aí sim vamos estar vivendo fazendo algo que vale a pena.
E então...Já pode sentir a pressão indo embora?
“Não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo” (Jo 17,15´16).