quinta-feira, 17 de maio de 2018

Confissão dos 4 meses


Eu estou vivendo em outro país há 4 meses. E diferente do que o instagram mostra, a vida aqui nem sempre são flores.

Quando cheguei não estava em busca do "sonho americano". O que eu queria mesmo era a experiência de morar fora do país por um tempo, mesmo com medo, mesmo com todas as chances contrárias.

Já disse isso muitas vezes, mas meu maior medo é a estagnação. Eu preciso saber que, independente de onde eu esteja, eu estou indo pra algum lugar. Mas repito, nem tudo são flores. Essa semana mesmo desejei secretamente voltar pra casa mais vezes do que o normal. Nada como a nossa casa, nada como a nossa gente.

Hoje eu entendo porque brasileiro se diz o povo mais feliz da Terra (ao menos no estado de espírito se nós excluirmos a política, a inflação alta, a pobreza etc).

As pessoas que conheci são boa gente, me tratam com respeito e são pacientes. Mas não deixo de notar em outras um certo preconceito dissimulado, um senso de grandeza exagerado e algumas manias controladoras.

Deixo claro aqui que não estou generalizando. No final das contas somos todos pessoas, e pessoas tendem a vir em diferentes formas, independente dos contextos culturais.

Isso não muda o fato de que é um desafio diário escolher continuar a tentar se adaptar - ou sobreviver - a uma nova cultura, especialmente se você não concorda com algumas das coisas que essa cultura prega. Mas hoje me peguei pensando nos motivos que me trouxeram até aqui. Eu me forcei a escrever novamente os lugares que quero visitar e os objetivos que desejo alcançar.

E não só isso, mas me forcei a lembrar também das coisas boas que já vivi. Alguns desses momentos ficarão guardados na minha memória para sempre.

Pensar a longo prazo me ajuda a botar meus pensamentos em ordem, a passar por cima do que tenta me derrubar. A saudade de casa me faz lembrar onde é o meu verdadeiro lar, mas a distância me mostra que chegar até aqui e persistir é como ganhar uma batalha contra as próprias limitações, todos os dias.

Mesmo nos dias em que sinto que estou perdendo.