Nada é mais como há 20 anos. Em todo o momento somos bombardeados de novas informações. Criou-se uma consciência maior com o meio ambiente e certa dependência em estarmos sempre conectados nas redes sociais. A geração ganhou até nome, a chamada "Geração Z". Comparada às gerações passadas, respiramos liberdade ao mesmo tempo em que nos sentimos presos a uma sociedade cujo jovem é visto como o futuro da nação.
O Estatuto da Criança e do Adolescente é claro quando determina que o jovem tem direito à cultura, ao lazer, à dignidade, ao respeito e entre tantos outros direitos, à liberdade. Mas o modo como esta liberdade é explorada é um assunto delicado. Soltar totalmente às rédeas é dar espaço para o descontrole da sociedade. Jovens são revolucionários? Claro. O futuro? Sem dúvida. Merecem autonomia, sim, assim como qualquer outro ser humano. Mas nessa fase da vida, onde são lidadas tantas questões que parecem definir todo o resto de suas vidas, a maturidade ainda está em fase de construção. A palavra "liberdade", que define o caminho por onde passam todas as escolhas de uma pessoa, deve vir sempre seguida de disciplina.
Porém, é preciso sempre analisar o limite entre disciplina e tirania. Investir em projetos de leis que façam as pessoas sentirem-se presas é assinar um atestado de desconfiança. Muitos não entendem a cabeça dos jovens. O que passará por ela diante de medidas extremas é basicamente "Não sou confiável o bastante para tomar minhas próprias decisões?".
Dessa forma, é preciso que entendamos que a proibição não é a melhor forma de tratar aqueles cujo futuro está em mãos. A melhor maneira de construir uma nação mais desenvolvida, segura e harmoniosa está no investimento justo à educação e à cultura, despertando a paixão pela revolução que o jovem tem nas veias. Deixando de tratá-lo apenas como outro qualquer e direcionando-o no caminho certo.