segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Rascunhos

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Escrever requer vulnerabilidade, e pode acreditar que as melhores coisas que escrevemos são aquelas que não queremos que ninguém leia. Mas é um sentimento estranho. Ao terminar um conto que escrevi, fiquei tão empolgada que tive vontade de exibi-lo para meus amigos e estranhos no Facebook. Mas ao relê-lo, percebi que não teria coragem.

Embora eu conte a história de uma personagem fictícia, parte da história diz respeito à mim, às minhas experiências e aos meus sentimentos com relação à diversos assuntos, que abordo no decorrer da narrativa. E escrever é desnudar a alma.

Não é de se espantar que quando sou extremamente sincera comigo mesma, produzo textos que considero extraordinários. Muitos deles estão salvos no meu drive há anos, sem nunca terem sido lidos por mais de duas pessoas - eu inclusive. Isso porque as coisas da alma só são extraordinárias quando ditas - ou cantadas - com o coração aberto, a ponto de machucar-se.

Mas meus olhares sobre o mundo ainda são difíceis de serem admitidos, ainda que por mim mesma. Digo que reservo a intimidade exposta em meus textos para aqueles que comprometem-se a fazerem o mesmo, mas fui inspirada por pessoas que não se importaram em expôr-se para o mundo afim de o transformarem.

Vulnerabilidade, afinal, é um caminho de trancos e barrancos que só pode ser percorrido por aqueles que não se importam de ganhar alguns machucados e cicatrizes. Começo com esse texto, e algum dia, quem sabe, avanço para as histórias que foram geradas no fundo de minha alma.

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