domingo, 2 de fevereiro de 2020

Mais um discurso sobre amor e blá blá blá

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Não consigo mais falar de amor.

Não acredito que tenha a ver com ódio, mas suspeito que tem algo a ver com resignação - acabei de dar um google e com certeza a palavra é essa.

Falar de amor é, e sempre foi, complicado - embora o amor seja simples. Sentir-se amada também não é algo horroroso, pelo contrário, é desejável. Corações partidos são uma parte do pacote e acontecem. Não admiti-los é uma perda de tempo.

Mas corações partidos quebram pessoas, talvez não por inteiro, mas algumas partes delas. Minha teoria é de que todos nós somos meio quebrados de alguma forma, e tá tudo bem, contanto que não deixemos isso nos consumir. Só que eu não falo mais sobre o amor - embora, ironicamente, essa conversa trate de amor.

Nos últimos dias, um sentimento de resignação tomou conta de mim. Alguma coisa entre as casualidades do dia a dia tiraram um pouco do brilho que eu via em cima das minhas idealizações românticas.

Por muitas estações, as romcoms* diziam que, algum dia, alguém viria e te amaria do jeito que você é. Conheço o discurso. Ouvi o Sr. Darcy repeti-lo um milhão de vezes em "O diário de Bridget Jones":

"Eu gosto de você - pausa dramática - do jeito que você é".

Não que eu tenha me tornado uma completa cínica. Conheço pessoas que se apaixonaram apesar dos defeitos e que sabem detalhes aparentemente insignificantes sobre seus companheiros - que devem significar muito para eles. Não acho que nenhum deles tenha expressado isso em uma canção ou com alguma declaração estridente, mas suspeito que tenham tido seus momentos especiais - e ainda os cultivem. E isso, meus caros, é bonito demais. Provavelmente a razão de eu não ser completamente cínica.

Eu, por outro lado, não experimento disso há alguns bons anos. In fact, não me lembro de algum dia tê-lo feito genuinamente - uma memória em particular contesta esse pensamento, mas é bom deixar o passado bem enterrado.

Por isso eu me resignei. Evito os livros românticos, os romances água com açúcar - menos "Mensagem pra você" com a Meg Ryan, e não me importaria de assisti-lo infinitas vezes mais - e não espero mais pelo alguém que amará as minhas estranhas particularidades.

Vou dizer o seguinte: estou fechada para o amor até que alguém bata na porta - pausa dramática - e queira ficar.

Enquanto isso, tenho pela frente uma longa jornada aprendendo a gostar cada vez mais da minha própria companhia. Se não há quem se apaixone pelas minhas particularidades, que eu seja a primeira então, e que isso dure mais do que as paixões casuais no meio do caminho.



*comédias românticas

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